À Mar
Promovemos a moda circular através de peças cuidadosamente selecionadas e conservadas, garantindo qualidade e sustentabilidade em cada compra.
O consumo de moda através dos tempos
Como chegamos ao consumo desenfreado e quais são as alternativas possíveis hoje?
Por: Maria Clara Costa
O mercado de luxo, com o passar dos anos foi buscando novos consumidores de classe menos elevada que a do “público A”, um mercado extremamente seleto e limitado a poucos consumidores em todo o mundo, através da comercialização de peças do prêt-à-porter, além de cosméticos, maquiagem, perfumaria, entre outros produtos com um valor de compra mais baixo, e proporciona ao público a “sensação” de adquirir um produto de luxo, algo que uma vez foi impensado.
Apesar do Sucesso da comercialização de produtos de luxo produzidos em série, havia um público ainda maior que ainda não era contemplado com a informação de moda, com isso, na década de 1970, empresas que supriam a demanda da grande massa, deram início em produções ainda mais rápidas, de qualidade mais baixa e focadas na observação de consumo do público das grandes marcas, copiando e tentando traduzir o estilo das passarelas para as lojas de departamentos.
O enorme sucesso desse mercado voltado para consumidores de um ticket médio menor, desencadeou o consumo desenfreado “à la Kardashians”, com a criação de mais coleções durante o ano e resultando na mudança mais frequentes nas tendências apresentadas ao público e influenciando o excesso do descarte de roupas.
A era das mídias sociais acabou contribuindo ainda mais com a ideia do “ideal” e da padronização de imagem e estilo com os influenciadores de moda, chamados em um tempo longínquo de blogueiros, que através de seus hábitos de consumo, geram no público uma variedade de sentimentos diversificados como a vontade de aceitação e pertencimento, visibilidade e insatisfação quando percebem que o “ideal” é inalcançável, pois se trata de um produto de marketing complexo, apelativo e irreal.
A moda circular vem na contramão, vem na tentativa de minimizar os impactos causados na era do consumo de imagem, esteriótipos e arquétipos em constante mudanças que influenciam diretamente no mercado de moda atual.
Peças de qualidade e em perfeitas condições podem, e devem, abrigar outro guarda-roupa ao deixarem de fazer sentido no acervo de seu primeiro consumidor. Todos os dias peças compradas por impulsos consumistas são descartadas sem ao menos serem usadas, E é com essa ideia de reaproveitamento e consumo consciente que devemos cada vez mais investir em consumo de moda circular. O estilo e a elegância pouco tem em comum com as tendências em constante mudança, a moda deve ser um manifesto, uma tradução de nós mesmos, algo que vem de dentro para fora.
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